quarta-feira, 6 de abril de 2011

Cárcere Privado


Um dia matado, um dia passado trancado nessas paredes vazias que me dizem, "vai pra vida menina não nos deixe te engolir". Eu quero ser engolida quero ficar no útero, mesmo que lá fora tenha tanta coisa interessante, eu tenho medo do fora, e me deixaram escolher, pode se trancar nesse útero quadrado, mofado e barulhento que é o teu apartamento. E eu fico então aqui, é um pouco difícil sair, mas o mais difícil mesmo é ficar aqui muito tempo. Dá cansaço, os músculos atrofiam, e se começa a ter um medo de gente, e pensar que está sendo observado a qualquer passo fora daqui, vigiado por estranhos que nada querem saber de ti. Mas desses assim, como eu nesses dias, tem muitos enclausurados, pena porque podiam estar fazendo a vida, entretanto tão catalépticos se alimentando de querer permanecer no silêncio, com medo da vida, mas mais medo de sair dela, porque sabem que lá fora ela acontece, e sempre tem a esperança de acontecer.


Um comentário:

  1. eu me sinto assim muitas vezes,

    mas que que eu to falando tu sabe,

    agora com a vida cheia de trabalho isto tem diminuido, né?

    grego

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